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LABINUR-FEC/UNICAMP

O planejamento urbano em análise holística

Aluna do Labinur, premiada com mérito científico por IC, agora desenvolve projeto de mestrado que investiga o crescimento de regiões metropolitanas


Por Fabrício Albergaria


Em sua iniciação científica, Luiza Baiochi trabalhou estudando o ordenamento urbano do município de Gonçalves-MG, cujo modelo de espalhamento populacional representa a maior parte das cidades brasileiras – grandes áreas rurais pouco populosas e com pequenos centros urbanos. Já no mestrado, a pesquisadora do Labinur pretende seguir o caminho contrário e mais amplo: investigar o crescimento de regiões metropolitanas, ou seja, áreas com grande densidade populacional.

 

Segundo Luiza, o mestrado levará em conta parâmetros em escala nacional, em que o ponto de partida para o projeto será o recorte da análise de regiões metropolitanas que mais tiveram crescimento populacional nos períodos entre 2000 até 2010 e de 2010 até 2022, levando em consideração os censos. No total, foram escolhidas oito regiões metropolitanas.

 

Um dos objetivos da pesquisa é tentar entender se houve expansão dispersa ou se o crescimento dos municípios foi compacto e, a partir daí, traçar uma relação direta com os planos de cada município.

 

“A ideia é explicar como que o plano-diretor pode contribuir para que o crescimento dos municípios seja compacto e não disperso, pois são caminhos bem diferentes”, explica Baiochi.

 

De acordo com a mestranda, um dos principais pontos da pesquisa é o método adotado para fazer a análise do crescimento das regiões metropolitanas. Baseando-se em um artigo chinês, o projeto de mestrado de Luiza leva em consideração não só números brutos de como uma cidade se espalha pelo território, mas também dados de saúde, educação, ambiental e outros parâmetros para mapear o crescimento por inteiro de uma cidade.

 

“É um caso de Shangai e estamos vendo como podemos adaptar isso para o Brasil porque consideramos uma metodologia bem completa, que pega dados de saúde, educação, entra na questão da própria forma urbana”, contou Luiza. “Montamos uma base de dados que mapeou precisamente áreas construídas, áreas florestadas ou de plantação, e aí comparando essas imagens em períodos diferentes nós conseguimos analisar o quanto cresceu e expandiu e então analisar isso. Então é interessante porque conseguimos ter vários dados nessa metodologia”.

 

Por outro lado, para Baiochi, há uma percepção – o velho senso comum – no Brasil de que aqui não há planejamento, e a pesquisa rema contra essa maré. “Eu acho que a pesquisa caminha para um lugar interessante, porque ela vai ver justamente a efetividade dos planos espacialmente. Vai ver como que o plano (diretor) está refletido com o que acontece no espaço. Então nesse sentido é uma resposta a algo que eu vejo como um senso comum mesmo de que no Brasil não temos planejamento, então de certa forma (a pesquisa) busca entender justamente isso, que tem plano sim”, afirma a mestranda.

 

Para conferir a entrevista com a pesquisadora na íntegra, clique aqui.

 

*Luiza Baiochi foi ganhadora do mérito científico por sua IC em 2023 e em 2024 iniciou seu mestrado na Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo (FECFAU/Unicamp).

 

*Fabrício Albergaria é jornalista e esta matéria faz parte do programa da bolsa Mídia Ciência concedida ao autor pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo


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